UM NOVO TEMPO
UM NOVO TEMPO
Eduardo de Souza Paiva
Na contemporaneidade se debate apenas de maneira abstrata as questões relacionadas ao determinismo imposto pelo império euro-americano, já desmistificados seus métodos é preciso de uma ação coletiva transformadora para subverter essa situação escapando das propagandas enganosas.
(Strauss, 1976, p.1) "Aprouve-nos, durante muito tempo, mencionar línguas a que faltam termos para exprimir conceitos, tais como os de árvore ou animal, se bem que elas possuam todas as palavras necessárias a um inventário minucioso de espécies e de variedades. Mas, invocando esses casos em favor de uma suposta inaptidão dos "primitivos" ao pensamento abstrato, omitimos, então, outros exemplos, que atestam que a riqueza em palavras abstratas não é só apanágio das línguas civilizadas."
Quando os colonizadores intelectuais religiosos chegaram na América Latina escreveram trabalhos e categorizam o pensamento dos povos originários à sua maneira, enquadrando termos e fazendo conexões entre o sistema de crenças deles com os da igreja para manipular e satisfazer seus próprios desejos.
Hoje com o crescimento do movimento indígena na América do Sul os grupos nativos têm desenvolvido um grande ativismo político reivindicando coisas importantes na Bolívia, Equador, Brasil e Guatemala dentre outros. O triunfo parcial da causa das minorias e as negociações envolvem muito lobby e interesse das corporações. Os traidores da Pátria Grande atrapalham a integração dos países latino americanos e caribenhos.
(Vásques,2007,p.25 e 26) "Entre otros aspectos el fantasma de la izquierda ha estado rondando esta elección de Evo Morales, pues algunos identifican como parte de una serie de triunfos de discursos políticos identificados de alguna manera con la izquierda (Lula en Brasil, Bachelet en Chile, Correa en Ecuador) sin embargo, algunos analistas manifiestan sus discrepancias con esta visión como el que ha mostrado Walter Mignolo18 para quien lo mas importante es que Evo Morales representa lo que él denomina como giro descolonial."
Depois de tantos séculos e todo massacre causado esses grupos sobrevivem e estão gradualmente preenchendo os espaços, preparam seus filhos para esse momento da história que necessita do ativismo real de todos que são prejudicados por essa sociedade dividida por classe, “raça”, os problemas que perduram com a divisão internacional do trabalho e a confusão sobre o significado de sexo e gênero. As pessoas descendentes dos africanos que foram trazidos e escravizados compõem juntos com os povos ancestrais mais de 50% da população brasileira.
(Winch, 1991 , p.82) “Como muchos otros pueblos primitivos, los azande africanos tienen creencias que nosotros de ninguna manera podemos compartir, y prácticas que nos son particularmente difíciles de entender.”
O cidadão cresce e repete tudo aquilo que o mercado quer,a ciência e a cultura sequestrada para o benefício de poucos, esse paradigma que visa o lucro acima de ética uma globalização comandada pelas corporações e pelos “estados centrais” subdesenvolve países com táticas que limitam de maneira covarde o crescimento dos países da periferia do capitalismo.
(Vázques, 2007, p.9) "Otro escenario que muestra la presencia de los indígenas como interlocutores en el contexto internacional es la existencia de un Foro Permanente para Pueblos Indígenas en la ONU desde fines de los años de 1990. Impulsado, precisamente por este organismo y el movimiento indígena, el 13 de setiembre del presente año 2007, ha sido aprobada la Declaración de las Naciones Unidas sobre los derechos de los pueblos indígenas, que al igual que la mayoría de las Constituciones de los diferentes países latinoamericanos, considera a los indígenas como sujetos de reconocimiento."
Chegou a hora da ação transformadora, com a inclusão da narrativa dos indígenas, pretos e pardos para mudar a maneira de agir e poder de uma vez por todas integrar os grupos que habitam essa região. A população tem vertigem e as pessoas não compartilham do sentimento de unidade, a eugenia ainda se faz presente nunca saiu de moda, se vêem e são vistos por muito como se fossem europeus, dessa contradição espelha a ideologia moderna e cria uma segunda opressão que é feita pelos próprios irmãos oriundos do mesmo local.
Com base nas evidências que explicam os fenômenos fronteiriços, suas causas e efeitos buscando enterrar os conflitos de gênero, classe e étnicos estendendo para além do racionalismo e entendendo as relações sociais dentro da sociedade capitalista atual. A história dos sujeito indígena ou negro em oposição aos antigos narradores agora contam sua própria narrativa, sua vivência que mostra na prática o sofrimento.
Precisa existir uma identidade de irmandade na América, um multiculturalismo que descoloniza e luta pelo interesse dos povos, para ganhar cada vez mais território no campo da economia política podendo assim criar projetos e políticas públicas que visam a equidade.
BIBLIOGRAFIA:
STRAUSS, Claude Lévi. A ciência do concreto. 1976
Vázquez, Ladislao Land. Revista. Núcleo Ciências Sociais. Federal de Sergipe, 2007
Winch, Peter. Para comprender a una sociedad primitiva.
CASTRO, Eduardo Viveros. O antinarciso: Lugar e função da Antropologia no mundo contemporâneo.
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