PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DE LIBERDADE
PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DE LIBERDADE
INTRODUÇÃO
A partir de duas obras do Paulo Freire (Pedagogia do oprimido e Extensão e Comunicação) esse breve texto visa mostrar a importância da educação e cultura na transformação da sociedade atual através do diálogo crítico e livre.
(Freire,1970,p.5) “A pedagogia do oprimido é, pois, libertadora de ambos, do oprimido e do opressor, Hegelianamente diríamos: A verdade do opressor reside na consciência do oprimido.”
As diversas contradições já estão fundamentadas e verificadas, a violência e alienação tomam conta a partir das corporações e estados “centrais” com a extensão das suas ideologias através dos meios de comunicação.
PEDAGOGIA DO OPRIMIDO, EXTENSÃO E COMUNICAÇÃO
A pedagogia do oprimido é entendida como a pedagogia do cidadão que se empenha na luta pela libertação da forte consciência possessiva dos colonizadores, uma humanização que gera subversão essa espécie de giro descolonial. O antes oprimido assume o lugar de destaque para além dos papeis de coadjuvante que são oferecidos pelos que querem ser nossos tutores. O comportamento das pessoas é empurrado para o lado da ideologia burguesa de forma contínua e gradual, afastando a possibilidade de liberdade de pensamento e integração dos sujeitos marginalizados.
(Freire, 1985, p.45) "Desta forma, na comunicação, não há sujeitos passivos.Os sujeitos co-intencionados ao objeto de seu pensar comunicam seu conteúdo. O que caracteriza a comunicação enquanto esta comunicar comunicando é que ela é dialógica, assim como dialógico comunicativo.
A extensão se impõe no domínio humano e não é natural, no campo associativo das relações significantes com invasão cultural, manipulação e messianismo. Negando a formação e a constituição de conhecimentos autênticos, essa extensão educativa nega também a reflexão e ação do sujeito persuadindo e domesticando.
(Freire, 1985, p.46) "Esta é a razão pela qual enquanto a significação não for compreensível para um dos sujeitos , não é possível a compreensão do significado à qual um deles já chegou e que, não obstante, não foi apreendida pelo outro na expressão do primeiro. Vê-se assim que a busca do conhecimento que se reduz à pura relação sujeito cognocente-óbjeto cognoscível, rompendo a “estrutura dialógica” do conhecimento, está equiovcada por mais que seja sua tradição
O educador deve recusar essa domesticação pois seu objetivo corresponde ao conceito de comunicação e não de extensão, somando a isso a reflexão também não pode se degenerar em verbalismos vazios. A realidade tem que ser explicada através da narrativa dos sujeitos oprimidos para formular táticas para sair dessa dinâmica, o sujeito quando conta sua vivência e explica a forma que se dá a opressão o mundo percebe os elementos culturais estranhos, modifica-os e se submete ao que Paulo Freire chama de “banho purificador”. Por meio da ação e da reflexão se aproxima da razão introduzindo-se nela sem se desvelar e a comunicação implica uma reciprocidade que não pode ser rompida nem manipulada, na relação dialógica comunicativa os sujeitos se expressam nesse sistema de significados linguísticos..
CONCLUSÃO
Com ativismo puro e sentimento de unidade dos povos latino americanos o esforço para manipulação através da extensão da ideologia burguesa será em vão.
Investimento em Educação e Tecnologia com projetos de Estado a longo prazo também são questões importantes.
(Freire, 1970, p.17) "O grande problema está em como poderão os oprimidos que “hospedam” o opressor em si, participar da elaboração, como seres duplos, inautênticos, da pedagogia de sua libertação. Somente na medida em que se descubram “hospedeiros” do opressor poderão contribuir para o partejamento de sua pedagogia libertadora. Enquanto viver a dualidade no qual ser é parecer e parecer é parecer com o opressor, é impossível fazê-lo. A pedagogia do oprimido que não pode ser elaborado pelos opressores é um dos instrumentos para esta descoberta crítica - a dos oprimidos por si mesmos e a dos opressores pelos oprimidos, como manifestações da desumanização."
A reforma agrária é um caminho para construção de um novo ato, um momento de divisão justa das propriedades e quem sabe uma revolução que estatiza as terras do Estado Nacional expropriado as corporações e os “estados centrais” que visam o lucro acima da ética e subdesenvolv os países limitando seu crescimento. As relações dos camponeses com as tecnologias é marcada pelo lobby por interesses do grande capital em substituir os procedimentos empíricos dos camponeses pelas técnicas predatórias. Basta tirar a ciência das garras dos opressores e mudar os paradigmas para qualidade de vida e não acumulação.
A tarefa do educador é problematizar e com a reforma ou revolução novas contradições surgirão pois as marcas dessa atual estrutura vão demorar a desaparecer, e a partir das novas contradições de forma livre buscar inovações.
Esse processo é longo mas realizável diferente das fábulas que o liberalismo prega.
BIBLIOGRAFIA
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Editora Paz e Terra. Rio de Janeiro. 1970
FREIRE, Paulo. Extensão e Comunicação. Editora Paz e Terra. Rio de Janeiro.
1985
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