Metafísica
Eduardo Paiva, Garson Júlio, Ian Duarte
A Metafísica (τα μετά τα φισικά), ou seu significado, à ciência que se situa
além da física foi um
assunto discutido ao longo do semestre. Contudo está ciência nos dá os
paradigmas para os estudos de suas três concepções, sendo elas à Filosofia
primeira (πρώτη φιλοσοφία), Teologia (θεολογική) e Ontologia, que
é formada do grego ontos (ser)
e logia (estudos)
formando então a palavra (οντολογία), onde nos é exposto os manuscritos organizados pelo peripato.
Entretanto para adentrarmos nas suas três concepções devemos antes entender
como se surgiu a origem do nome metafisica e assim suas hipóteses. Seu conceito
e origem se originam da obra de Aristóteles que é trazida por nós através de
seus discípulos, é importante ressaltar que Aristóteles não foi o criador do
nome e sim que teve sua origem com a organização das obras por Andrônico de
Rodes, vemos tanto a origem como o conceito de forma mais clara em Heiner ao
dizer em sua obra ‘’sobre a metafisica’’ duas frases importantes para nosso
esclarecimento ao dizer: ”Aristóteles primeiro teria tratado das coisas
físicas, pois essas embora sejam posteriores, segundo a natureza, são
anteriormente para nós’’ (p.97) ”Além disso, esse nome teria sido obtido por
ocasião de uma compilação e ordenação do legado dos escritos aristotélicos de
acordo com a suposição corrente, a compilação feita por Andrônico de Rodes’’
(p.93). Tendo ideia de seu conceito e origem de forma sucinta podemos colocar
fim entrar em suas três concepções, começando assim com a filosofia primeira, sendo ele o possível título da obra
de Aristóteles antes de sua modificação. A filosofia primeira é o estudo das
primeiras causas e princípios, e tem sua origem gerada da junção do NOUS (νους)
que seria o princípio do conhecimento e da Episteme (ἐπιστήμη), sendo ela a conclusão demonstrativa, dando origem a Sabedoria
(σοφία) que é a filosofia primeira, vemos isso no livro A da Metafísica quando Aristóteles
diz que a sapiência é o conhecimento de causas e que as sensações não são as
únicas formas de chegar a esse conhecimento verdadeiro.
‘’A sapiência é conhecimento de
causas; Todos os homens, por natureza, tendem ao saber. Sinal disso é o amor
pelas sensações. De fato, eles amam as sensações por si mesmas, independente da
sua utilidade e amam, acima de todas, a sensação da visão. Com efeito, não só
em vista da ação, mas mesmo sem ter nenhuma intenção de agir, nós preferimos o
ver, em certo sentido, a todas outras sensações.’’
(Aristóteles, Met, A, 1, 980a)
Ainda na filosofia primeira vemos as quatro
causas, onde a primeira é a formal, que é o código para a forma como as coisas
ocorrem de forma natural para suas causas, um exemplo seria um gene, como se
fosse um plano para a estruturação das coisas. A segunda seria a material, e
como o próprio nome já diz, é a matéria e o substrato para a causa, como um
objeto qualquer ou um ser, pois é necessária essa matéria ou substrato para que
se aconteça a eficiente e final. Sua terceira seria a Eficiente, um princípio
de movimento (princípio que atua) que faz com que as coisas ocorram, como o que
faz o cabelo cair ou um fruto ser comido, o motivo pelo qual as coisas
acontecem assim que a matéria se junta com a eficiente. Por último temos a
quarta que é a causa final, nela se tem algo chegando ao seu objetivo final, o
fim de toda geração e de todo movimento, um exemplo seria uma arvore caída, que
ao chegar ao chão, alcança seu objetivo final.
Ora, dado que buscamos justamente essa ciência, devemos
examinar de que causas e princípios é ciência a sapiência.
(Aristóteles, Met ,
A, 1,5a)
Já sua segunda concepção da metafisica seria a
Ontologia, uma ciência do ser enquanto ser e suas propriedades essenciais, e
como o próprio Aristóteles diz: “Todavia, a ciência tem como objeto,
essencialmente o que vem primeiro, ou seja, aquilo de que depende e pelo que é
denominado todo resto, portando se o primeiro é a substância, o filósofo deverá
conhecer as causas e os princípios da substância. (Met, 4, 1, 20a)”, analogia
acerca do estudo das substâncias e suas categorias (substância, quantidade,
qualidade, relação, lugar, tempo, estado, hábito., ação, paixão), estuda as
características essenciais do ser (ser é ser uno) que engloba todas as questões
que trazem significado a nossa existência. A substância constitui a matéria, que
dá origem as formas. A forma é ato puro, e potência é algo que potencialmente
pode vir a ser, exemplo: Sócrates pode se tornar um grande sábio.
Existe uma ciência que considera o ser enquanto ser e as
propriedades que lhe competem enquanto tal. Ela não se identifica com nenhuma
das outras ciências particulares, de fato, nenhuma das outras ciências
considera universalmente o ser enquanto ser, mas, delimitamos uma parte dele,
cada uma estuda características dessa parte.
(Aristóteles, Met, D,1,20a)
Tendo em vista o que foi falado
chegamos à terceira e última concepção da metafísica conhecida como Teologia, uma
ciência teórica da substância separada e motor imóvel, primeira e universal. Que
não tem mais potência e por isso não é corruptível e sim ato puro. Atividade
noética, estudo sobre a existência, observação e interpretação dos fenômenos.
Consequentemente, são três os ramos da filosofia teorética: a
matemática, a física e a teologia. Com efeito, se existe o divino, não há
dúvida de que a ciência mais elevada deve ter por objeto o gênero mais elevado
de realidade. Enquanto as ciências teoréticas são preferíveis as outras
ciências, esta, por sua vez, é preferível às outras duas ciências teoréticas.
(Aristóteles, Met, E,1,20a)
Bibliografia:
REINER, Hans O Surgimento e o
Significado Original do nome Metafísica, Odysseus Editora, 2012.
ARISTÓTELES, Metafísica. São Paulo: Edição
Loyola, 2006
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