SEXTO EMPÍRICO E O CETICISMO PIRRÔNICO
Eduardo de Souza Paiva
Os Filósofos dogmáticos afirmam ter descoberto a verdade, como Aristóteles e Epicuro, já os céticos continuam buscando. Suas características são de investigar, indagar ou suspensiva, segundo o hábito de duvidar e buscar devido a sua indecisão quanto ao afirmar ou negar. Sobre as coisas que foram pensadas, as coisas que aparecem e suas explicações devem ser levadas inicialmente a suspensão do juízo e depois a tranquilidade. A suspensão do juízo é um estado mental, repouso no qual não afirmam nem negam e ataraxia é a tranquilidade ou ausência de perturbação da alma.
Portando a motivação fundamental que leva o ceticismo é a de atingir a tranquilidade e o princípio básico do ceticismo é o de opor a cada explicação porque acredita que assim deixarão de ter atitudes dogmáticas. Seguem a linha de raciocínio de modo coerente, investigam a explicação da aparência, seu critério é a aparência, as impressões sensíveis e alterações involuntárias que não estão sujeitas ao questionamento. A finalidade dos céticos é a tranquilidade, aqueles que mantém a opinião sobre se algo é por natureza bom ou mau está sempre perturbado. Os céticos sofrem apenas as perturbações inevitáveis como o frio a sede.
A filosofia cética é denominada "zetética" devido à sua atividade de investigar e indagar; "efética", ou suspensiva, devido ao estado produzido naquele que investiga após a sua busca; e "aporética", ou dubitativa, seja, segundo alguns, devido a seu hábito de duvidar e de buscar, ou devido à sua indecisão quanto à afirmação ou negação; e "Pirrônica", a partir do fato de que Pirro parece ter se dedicado ao ceticismo de forma mais significativa do que seus predecessores.
(Sexto Empírico, 1997, p.116)
BIBLIOGRÁFIA:
EMPÍRICO, Sexto. Hipotiposes Pirrônicas. PUC, Rio de Janeiro, 1997
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