PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DE LIBERDADE

 PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DE LIBERDADE  

                      

                                      



INTRODUÇÃO

A partir de duas obras do Paulo Freire (Pedagogia do oprimido e Extensão e Comunicação) esse breve texto visa mostrar a importância da educação e cultura na transformação da sociedade atual através do diálogo crítico e livre.


(Freire,1970,p.5) “A pedagogia do oprimido é, pois, libertadora de ambos, do oprimido e do opressor, Hegelianamente diríamos: A verdade do opressor reside na consciência do oprimido.”


É impossível de libertar-se sozinho, os seres humanos libertam-se em comunhão ,com o empenho e engajamento real é através da comunicação que se deve abandonar as ideias individuais de acumulação e desenvolver os países da América Latina e Caribe. Grande parte dos povos oprimidos sofrem de vertigem e não tem sentimento de unidade usando como exemplo nossa escala regional. O crescimento do movimento negro e indígena mesmo com a diversas falsas sensações de vitórias conseguem dentro dos límites da democracia burguesa alguns avanços que surtem efeito servindo de exemplo de caminho cheio de possibilidades, dependende da maioria agir de forma livre e manter e desenvolver inovações na cultura.
As diversas contradições já estão fundamentadas e verificadas, a violência e alienação tomam conta a partir das corporações e estados “centrais” com a extensão das suas ideologias através dos meios de comunicação.


PEDAGOGIA DO OPRIMIDO, EXTENSÃO E COMUNICAÇÃO


A pedagogia do oprimido é entendida como a pedagogia do cidadão que se empenha na luta pela libertação da forte consciência possessiva dos colonizadores, uma humanização que gera subversão essa espécie de giro descolonial. O antes oprimido assume o lugar de destaque para além dos papeis de coadjuvante que são oferecidos pelos que querem ser nossos tutores. O comportamento das pessoas é empurrado para o lado da ideologia burguesa de forma contínua e gradual, afastando a possibilidade de liberdade de pensamento e integração dos sujeitos marginalizados.


(Freire, 1985, p.45) "Desta forma, na comunicação, não há sujeitos passivos.Os sujeitos co-intencionados ao objeto de seu pensar comunicam seu conteúdo. O que caracteriza a comunicação enquanto esta comunicar comunicando é que ela é dialógica, assim como dialógico comunicativo.


A extensão se impõe no domínio humano e não é natural, no campo associativo das relações significantes com invasão cultural, manipulação e messianismo. Negando a formação e a constituição de conhecimentos autênticos, essa extensão educativa nega também a reflexão e ação do sujeito persuadindo e domesticando.


(Freire, 1985, p.46) "Esta é a razão pela qual enquanto a significação não for compreensível para um dos sujeitos , não é possível a compreensão do significado à qual um deles já chegou e que, não obstante, não foi apreendida pelo outro na expressão do primeiro. Vê-se assim que a busca do conhecimento que se reduz à pura relação sujeito cognocente-óbjeto cognoscível, rompendo a “estrutura dialógica” do conhecimento, está equiovcada por mais que seja sua tradição



O educador deve recusar essa domesticação pois seu objetivo corresponde ao conceito de comunicação e não de extensão, somando a isso a reflexão também não pode se degenerar em verbalismos vazios. A realidade tem que ser explicada através da narrativa dos sujeitos oprimidos para formular táticas para sair dessa dinâmica, o sujeito quando conta sua vivência e explica a forma que se dá a opressão o mundo percebe os elementos culturais estranhos, modifica-os e se submete ao que Paulo Freire chama de “banho purificador”. Por meio da ação e da reflexão se aproxima da razão introduzindo-se nela sem se desvelar e a comunicação implica uma reciprocidade que não pode ser rompida nem manipulada, na relação dialógica comunicativa os sujeitos se expressam nesse sistema de significados linguísticos..


CONCLUSÃO


Com ativismo puro e sentimento de unidade dos povos latino americanos o esforço para manipulação através da extensão da ideologia burguesa será em vão. 

Investimento em Educação e Tecnologia com projetos de Estado a longo prazo também são questões importantes.


(Freire, 1970, p.17) "O grande problema está em como poderão os oprimidos que “hospedam” o opressor em si, participar da elaboração, como seres duplos, inautênticos, da pedagogia de sua libertação. Somente na medida em que se descubram “hospedeiros” do opressor poderão contribuir para o partejamento de sua pedagogia libertadora. Enquanto viver a dualidade no qual ser é parecer e parecer é parecer com o opressor, é impossível fazê-lo. A pedagogia do oprimido que não pode ser elaborado pelos opressores é um dos instrumentos para esta descoberta crítica - a dos oprimidos por si mesmos e a dos opressores pelos oprimidos, como manifestações da desumanização."



A reforma agrária é um caminho para construção de um novo ato, um momento de divisão justa das propriedades e quem sabe uma revolução que estatiza as terras do Estado Nacional expropriado as corporações e os “estados centrais” que visam o lucro acima da ética e subdesenvolv os países limitando seu crescimento. As relações dos camponeses com as tecnologias é marcada pelo lobby por interesses do grande capital em substituir os procedimentos empíricos dos camponeses pelas técnicas predatórias. Basta tirar a ciência das garras dos opressores e mudar os paradigmas para qualidade de vida e não acumulação.

A tarefa do educador é problematizar e com a reforma ou revolução novas contradições surgirão pois as marcas dessa atual estrutura vão demorar a desaparecer, e a partir das novas contradições de forma livre buscar inovações.

Esse processo é longo mas realizável diferente das fábulas que o liberalismo prega.


BIBLIOGRAFIA

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Editora Paz e Terra. Rio de Janeiro. 1970

FREIRE, Paulo. Extensão e Comunicação. Editora Paz e Terra. Rio de Janeiro.

1985

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