A PROPOSTA DE VYGOTSKY: A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA

A PROPOSTA DE VYGOTSKY: A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA



A proposta de Vygotsky para uma psicologia sócio-histórica  visa contribuir para a melhoria do trabalho educacional, esse é um trabalho complexo de construção de uma psicologia que analisa as problemáticas  emergentes de seu tempo. O estudo sócio-genético organiza relações com condições biológicas e neurológicas para tentar evitar os reducionismos.

A revolução de 1917 foi um período de guerra, e nesse período  toda população Soviética sofreu com a fome e as diversas crises econômicas, em 1921 quando implantado o regime comunista por Lenin o país estava devastado e foi colocado como essencial enfrentar os problemas relacionados à educação, com uma renovação total baseada nas teorias marxistas para a construção de uma nova ciência libertadora dos povos da alienação do trabalho através das epistemologias socialista e da lógica dialética.


Entre os pesquisadores havia duas principais correntes: Mecanicista que para eles a ciência é auto-suficiente e os Dialéticos que defendiam o caráter investigativo aberto de forma que não seja determinista . A partir de 1924 quando Stalin se torna líder  foi banido testes psicológicos e os ensinos relacionados a psicologia ficaram apenas para serem tratados dentro das universidades, Vygotsky que já se encontrava morto teve suas obras proibidas em todo território.

Somente após o falecimento de Stalin em 1953 que os trabalhos de Vygotsky voltaram a ser publicados.


A fundamentação da proposta de Vygotsky exigia a constituição de um novo homem partindo da análise dos problemas, para serem colocadas na prática soluções através de uma formação humanista e cultural, foi idealizado um novo conceito de educação para os jovens.

Sua enorme preocupação com a cultura afronta a psicologia clássica, o proposto desenvolvimento cultural por meio do uso do pensamento através da linguagem, essa superação da psicologia clássica se divide em duas correntes: Naturalista e Materialista que nas suas visões muitas vezes são incapazes de responder alguns fenômenos psicológicos.


A teoria por ele proposta surge como meio de superar o quadro apresentado pela psicologia, que se encontrava dividida em duas orientações: a naturalista e a mentalista. Na sua percepção, tal divisão acentuava a questão do dualismo mente-corpo, natureza-cultura e consciência-atividade. Segundo Vygotsky, um dos reflexos do dualismo é a diversidade de objetos de estudo eleitos pelas abordagens em psicologia – o inconsciente (psicanálise); o comportamento (behaviorismo) e o psiquismo e suas propriedades (gestalt) – e a incapacidade delas em darem as respostas para os fenômenos psicológicos, por trabalharem com fatos diferentes. Ou seja, para ele, as abordagens não davam conta de explicitar claramente a gênese das funções psicológicas tipicamente humana. 

                                  (Lucci, p.4, 2006)


 Entre os objetivos do autor pode-se citar a forma que ele cita a importância da cultura na constituição do ser humano através das relações a partir da linguagem e dos signos, expressos também pela arte, música e matemática. Também é extremamente relevante levar em consideração a memória e as emoções para resolver os problemas.

Os naturalistas com o método das ciências naturais se limitavam a estudar os processos psicológicos simples como a observação de comportamentos e das sensações, já os Mentalistas partiam da consideração de fenômenos espirituais idealistas.

Para Vygotsky a psicologia é uma ciência do homem histórico e não abstrato e universal, o conceito de mediação mostra que é através do mesmo que o indivíduo se relaciona com o ambiente e por meio dos instrumentos como a palavra, acontece o contato com a cultura. As três classes de mediações são: os signos, relações interpessoais e atividades individuais.


A teoria histórico-cultural ou sociocultural do psiquismo humano de Vygotsky, também conhecida como abordagem sociointeracionista, toma como ponto de partida as funções psicológicas dos indivíduos, as quais classificou de elementares e superiores, para explicar o objeto de estudo da sua psicologia: a consciência. A teoria do desenvolvimento vygotskyana parte da concepção de que todo organismo é ativo e estabelece contínua interação entre as condições sociais, que são mutáveis, e a base biológica do comportamento humano. Ele observou que o ponto de partida são as estruturas orgânicas elementares, determinadas pela maturação. A partir delas formam-se novas e cada vez mais complexas funções mentais, dependendo da natureza das experiências sociais da criança. Nesta perspectiva, o processo de desenvolvimento segue duas linhas diferentes em sua origem: um processo elementar, de base biológica, e um processo superior de origem sociocultural. 

                                                                         

                                (Lucci, p.7, 2006)


BIBLIOGRAFIA:


LUCCI, Marco Antonio. A proposta de Vygotsky: A psicologia sócio-histórica. Universidade Católica de São Paulo. 2006




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